Os corantes alimentares artificiais estão fora de moda. O que vem a seguir?
- Conceito comElaineRibeiro
- 26 de jul.
- 3 min de leitura

Nos Estados Unidos, a FDA planeja eliminar os corantes sintéticos derivados de petróleo até o fim de 2026, e já proibiu o uso do Red Dye No. 3 (Eritrosina) desde janeiro de 2025 por potencial carcinogênico.
Grandes empresas, como General Mills, Kraft Heinz, Bimbo e J.M. Smucker, vêm antecipando essa transição, planejando eliminar esses corantes de seus produtos entre 2026 e 2027.

Corantes naturais já aprovados
A FDA autorizou novos pigmentos naturais, como:
Anthocyanina de flor de ervilha-borboleta, extratos de algas vermelhas (Galdieria), e azul de genipina derivado da Gardenia — aplicáveis em bebidas, doces e chás.
"Nós cultivamos as algas e produzimos muitas delas em condições que produzem uma grande quantidade dessa molécula específica - a azul", diz o Sr. Griffiths.
O pigmento pode ser usado em qualquer alimento ou bebida, e o Sr. Griffiths espera que os primeiros produtos usando o azul de Galdieiria estejam nas prateleiras das lojas no início do ano que vem.
Tecnologias para remoção de corantes
Adsorção com materiais biológicos
Uma revisão recente indicou o uso de biomateriais como alga, fungos e resíduos agroalimentares (como cascas de frutas) para adsorção eficaz de corantes em efluentes, reduzindo perigos ambientais.
Nanoadsorventes e fotocatálise verde
Pesquisas destacam nanopartículas de óxidos metálicos (como ferro) e fotocatálise com nanopartículas verdes para degradar corantes alimentícios:
Nanocompósitos de óxidos de ferro/carbono com capacidade de até 45 mg/g para corantes catiônicos e aniônicos via adsorção.
Uso de fotocatálise com nanopartículas sintetizadas de forma sustentável mostrou-se eficiente na degradação total de corantes alimentícios em água residual sem gerar subprodutos tóxicos.
Biodegradação fúngica (Mycoremediação)
Fungos como Pleurotus spp. e Aspergillus niger são capazes de decompor corantes tóxicos como Congo Red e malachite green, por meio de enzimas lignolíticas — método barato e ambientalmente amigável.
Panorama da indústria e desafios
A transição para corantes naturais apresenta desafios técnicos: menor estabilidade, alteração de sabor, variações de cor e menor oferta, impactando custo (até +10–20%)
Além disso, algumas reformulações anteriores, como na versão natural do cereal Trix, encontraram resistência do consumidor por perda da intensidade da cor.
Comparativo de abordagens
Abordagem | Vantagens | Limitações |
Corantes naturais aprovados | Seguro, limpo e aceitação crescente | Elevado custo, instabilidade de cor |
Adsorção biológica | Efetiva para tratamento de efluentes | Ainda em escala laboratorial |
Nanopartículas e fotocatálise | Alta eficiência e degradação completa | Necessita infraestrutura e custo |
Biodegradação fúngica | Sustentável e de baixo custo | Eficiência variável por tipo de corante |
Resumo Final
Há forte movimento global (e EUA em particular) para eliminar corantes sintéticos nos alimentos até 2026, com proibição do Red No. 3 e planos para remover os principais.
Empresas e reguladores estão atuando em duas linhas: reformulação com corantes naturais e tecnologias de remoção eficientes em efluentes industriais.
Pesquisa científica avança em adsorção biológica, fotocatálise verde e biodegradação fúngica para tratar o uso excessivo ou descarte dos corantes sintéticos.
Desafio atual envolve garantir cor, estabilidade, sabor e acessibilidade sem comprometer a saúde ou o paladar do consumidor.
Como fica o uso de corantes no Brasil
No Brasil, o uso de corantes alimentícios ainda é permitido, mas é rigidamente regulado pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A agência classifica os corantes em naturais e artificiais (sintéticos), exigindo a declaração obrigatória no rótulo e respeitando limites de ingestão diária aceitável (IDA). Fonte:bbc.com com base em pesquisas feitas em ferramentas de ia





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