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Café, suco e mais: o raio-x do agro brasileiro afetado pelas tarifas


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Análise aponta impactos significativos em exportações brasileiras de commodities agrícolas após medidas tarifárias impostas pelos Estados Unidos.


As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos devem afetar significativamente diversos setores do agronegócio brasileiro, com impactos mais expressivos nas exportações de suco de laranja, café e carne bovina.


Plinio Nastari, CEO da Datagro, explicou ao CNN Money suco de laranja destaca-se como um dos produtos mais sensíveis devido à forte interdependência comercial entre os dois países. Os Estados Unidos são o principal comprador do suco de laranja concentrado brasileiro, tornando este setor particularmente vulnerável às novas medidas.

No setor cafeeiro, o impacto também promete ser substancial. Aproximadamente uma em cada três xícaras de café consumidas nos Estados Unidos contém café brasileiro, principalmente da variedade arábica.


A substituição deste produto no curto prazo apresenta-se como um desafio considerável, dada a qualidade específica do café brasileiro.

A taxação deste item deve elevar os custos para os consumidores americanos, embora represente apenas 12% das exportações brasileiras de carne.


Açúcar e etanol

O setor de açúcar e etanol também enfrenta desafios. O etanol brasileiro, utilizado na produção de ETBE nos Estados Unidos, será impactado pelo aumento tarifário.

Quanto ao açúcar, as exportações brasileiras dentro da cota americana de 147 mil toneladas, assim como as 140 mil toneladas anuais de açúcar orgânico, serão afetadas pela nova tarifa.


Pressão sobre o setor de aço e alumínio

Mesmo sem novas tarifas oficialmente impostas em 2025, o clima de incerteza já afeta contratos e investimentos no setor siderúrgico brasileiro. Empresários relatam receio de reedição das tarifas de 25% (aço) e 10% (alumínio), o que pode comprometer exportações e gerar retração de produção.


Mercado agrícola em alerta

Trump já demonstrou, em declarações de campanha e entrevistas recentes, intenção de proteger agricultores norte-americanos contra a concorrência externa. Isso levanta a possibilidade de barreiras contra produtos agrícolas brasileiros, como carne, milho e etanol, especialmente se houver pressão de lobbies internos.


Aumento da instabilidade comercial

O Brasil, que depende fortemente de exportações de commodities, sofre com o risco de perda de previsibilidade nas relações com os EUA. Isso afeta decisões de médio e longo prazo para produtores, exportadores e investidores.


Busca por novos acordos comerciais

Diante do risco de um governo Trump mais agressivo comercialmente, o Brasil tem acelerado negociações com outros blocos econômicos, como União Europeia, China e países do Sul Global, na tentativa de diversificar mercados e reduzir a dependência dos EUA.


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